A idosa Antônia Adones, de 81 anos, deixou um hospital particular de Natal na última sexta-feira (17) após 15 dias internada – sendo três deles na UTI – por conta do novo coronavírus. Segundo o neto dela, Breno Henrique, a avó pertence também a outros grupos de risco, já que é asmática, diabética e hipertensa. Apesar disso, Antônia sequer precisou ser entubada. Mesmo assim, sofreu com vários sintomas da doença.
Antônia começou a sentir dores no corpo e ter tosse no dia 28 de março. Ela chegou a apresentar febre por uns dias, mas, ainda sem tanta gravidade, permaneceu em casa. Cerca de uma semana depois, no dia 3 de abril, as coisas pioraram.
“Ela começou a apresentar cansaço e falta de ar. E a temperatura começou a aumentar. Foi então que, em contato com amigos da área da saúde, resolvi levá-la ao pronto socorro”, contou o neto.
Antônia passou pela triagem, fez alguns exames e, mesmo ainda sem o resultado para corona, ficou em isolamento por conta da queixa respiratória. “Muitas alterações foram verificadas nos exames, inclusive a tomografia era sugestiva para a Covid-19. Então, eles acharam por bem interná-la”, explicou Breno.
Por ser idosa, ela foi encaminhada para a UTI. “A equipe médica, bastante preparada, soube conduzir tudo da melhor forma possível e após três dias ela pode ser transferida para o quarto”, falou Breno. Neste período, o teste para o coronavírus deu positivo.
Antônia ficou então os outros dias em uma área de isolamento do hospital, em que todos os pacientes eram da Covid-19. Lá, realizou o tratamento. “O coronavírus é tão potente, que, mesmo após vários dias após o início do tratamento, com várias medicações, ele não tinha regredido ainda. Uma nova tomografia mostrou que ele tinha até se expandido”, contou Breno.
Após a recuperação, Antônia recebeu alta do hospital, mas ainda necessita do uso do catéter de oxigênio em casa. “Ela está pelo ‘home care’ e irá iniciar as sessões de fisioterapia em casa para fazer o desmame do oxigênio”.
Segundo o neto, desde o início do isolamento, a avó respeitou as recomendações e saiu de casa apenas para situações essenciais. “Desde o dia que foi iniciado o distanciamento social, ela saiu de casa pouquíssimas vezes e tomando todos os cuidados possíveis. Mesmo assim ainda foi infectada pelo vírus”, falou, reforçando a necessidade de seguir as recomendações dos especialistas da saúde.
‘Alegria total’
Breno contou que o medo era muito grande durante a internação por conta de todas as informações que existem até hoje sobre a doença e como ela atinge alguns grupos de risco, como os idosos. “As outras pessoas que infelizmente morreram, a maioria delas possuía alguma comorbidade. E minha avó reunia todos esses fatores: idade, diabetes, hipertensão, problema respiratório”.
Mesmo antes da confirmação da doença, ele disse que a família ficou apreensiva, pois “apesar de apresentar outras doenças, com o uso das medicações, minha avó leva uma vida normal e saudável na medida do possível”.
A tecnologia, portanto, foi uma grande aliada neste momento, já que a avó não podia receber visitas e só podia ter um acompanhante no hospital – sem poder trocá-lo para evitar o risco de propagação do vírus. “Com as chamadas de vídeo foi dando para matar um pouco da saudade dos filhos e netos principalmente”.
G1/RN