Ônibus é incendiado no 17º dia de ataques no Ceará
Um ônibus foi incendiado por criminosos na tarde desta sexta-feira (18), no Bairro Quintino Cunha, em Fortaleza. É o 17º dia seguido de ataques desde o início da onda de violência contra o estado.. Na noite desta quinta (17) e madrugada desta sexta não foram registrados crimes coordenados por facções.
Três homens, de 18, 20 e 21 anos, foram presos quando tentavam fugir para um matagal na região. Conforme a Polícia Militar, policiais estavam de prontidão no local e prenderam ambos. Os policiais procuram duas mulheres que também participaram do ataque.
Desde o dia 2 de janeiro, criminosos atacaram ônibus, carros, prédios públicos, prefeituras e comércios em 46 dos 184 municípios cearenses. Os crimes começaram em Fortaleza, foram para a Região Metropolitana e também se espalharam por diversas cidades do interior do estado. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, 387 pessoas foram capturadas por envolvimento nos crimes. Criminosos tentam forçar o governo a desistir de medidas que tornam fiscalização nos presídios mais rígida.
O ônibus incendiado pertencia à linha Pio Saraiva II. O ataque ocorreu no início da tarde desta sexta, na rua que leva o mesmo nome, na comunidade Sossego, na periferia de Fortaleza. O incêndio gerou chamas fortes e uma fumaça escura que se espalhou na via estreita, segundo relato de moradores.
Desde a última segunda-feira (14), o número de atentados tem sido menor, porém ainda foram registrados ataques incendiários a carro de coleta de lixo, ônibus, além de tiros em uma agência bancária e explosões na ponte do Bairro Bela Vista e em um poste perto da estação do metrô do Couto Fernandes.
REFORÇO POLICIAL
Cerca de 800 policiais militares aposentados se apresentaram até sexta-feira para retornar ao trabalho. O reforço será utilizado para tentar conter a onda de ataques no estado.
O Ministério da Justiça confirmou que enviou um reforço de 355 agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para o estado. Tropas da Força Nacional também seguem reforçando as ações no estado. O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), classificou as ações criminosas como “atos de terrorismo”.
Na quinta-feira (17), o governador do Ceará, Camilo Santana, se reuniu em Brasília com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e solicitou o apoio de 90 agentes penitenciários. Conforme a Secretaria da Administração Pública, a ordem para os ataques parte de dentro dos presídios.
G1/CE