Bandidos incendeiam ônibus na 13ª noite seguida de ataques no Ceará

Bandidos voltaram a cometer ataques criminosos nesta segunda-feira (14) no Ceará, 13ª noite seguida da onda de violência que atinge o estado desde o dia 2 de janeiro. Suspeitos incendiaram um ônibus na cidade de Guaiúba, Região Metropolitana de Fortaleza, durante a noite. Além disso, outros suspeitos tentaram instalar uma bomba em um túnel na capital, mas a polícia impediu o ataque. Não houve feridos nestas ações.

Desde o dia 2 de janeiro, ocorreram 204 ataques criminosos em pelo menos 46 cidades. A série de atentados começou em Fortaleza, foi para a Região Metropolitana e se espalhou pelo interior. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, 360 pessoas foram capturadas por envolvimento nos crimes.

O Ministério da Justiça confirmou que enviará um reforço de 355 agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para o estado. De acordo com a PRF, os policiais devem chegar ao estado nesta terça-feira (15) para atuar, principalmente, para evitar novas ações criminosas contra viadutos, torres de transmissão de energia e rodovias. O governo do estado também comunicou que convocará 1,2 mil policiais militares da reserva para reforçar o combate aos ataques.

O ônibus foi incendiado pelos criminosos durante a noite desta segunda-feira em uma estrada no distrito de São Jerônimo, em Guaiúba. De acordo com a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros foi acionado para o local e apagou o incêndio. O veículo ficou destruído. Ninguém ficou ferido.

A polícia impediu o ataque contra um túnel no Bairro Parangaba, na capital. Segundo a Polícia Militar, um casal estava no túnel utilizando uma furadeira para perfurar uma das colunas do equipamento. A polícia suspeita que o casal iria instalar explosivos no equipamento. Eles fugiram ao perceber a presença policial.

Entenda o que está acontecendo no Ceará

  • O governo criou a secretaria de Administração Penitenciária e iniciou uma série de ações para combater o crime dentro dos presídios.
  • O novo secretário, Mauro Albuquerque, coordenou a apreensão de celulares, drogas e armas em celas. Também disse que não reconhecia facções e que o estado iria parar de dividir presos conforme a filiação a grupos criminosos.
  • Criminosos começaram a atacar ônibus e prédios públicos e privados. As ações começaram na Região Metropolitana e se espalharam pelo interior.
  • O governo pediu apoio da Força Nacional. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou o envio de tropas; 406 agentes da Força Nacional reforçam a segurança no estado.
  • A população de Fortaleza e da Região Metropolitana sofre com interrupções no transporte público, com a falta de coleta de lixo e com o fechamento do comércio.
  • A onda de violência afastou turistas e fez a ocupação hoteleira no estado cair.
  • 35 membros de facções criminosas foram transferidos do Ceará para presídios federais desde o início dos ataques, segundo o último balanço do Ministério da Justiça.
  • G1/CE
Postado em 15 de janeiro de 2019 - 9:10h